O Ramo De Oiro
Posted by Consphirayshion | Posted in O Ramo De Oiro | Posted on 11:30
Na origem, o endurecimento superficial do aço foi obtido,
no Próximo-Oriente, mergulhando uma lâmina em brasa no corpo
de um prisioneiro. Este é um típico processo mágico: trata-se de
transferir para a lâmina as qualidades guerreiras do adversário.
Esta prática foi divulgada no Ocidente pelos Cruzados, que
tinham verificado que de facto o aço de Damasco era mais rijo
do que o aço da Europa. Fizeram-se experiências: mergulhou-se
o aço em água sobre a qual flutuavam peles de animais. Obteve-se
o mesmo resultado. No século xIx, descobriu-se que esses
resultados eram devidos ao azote orgânico. No século xx, quando
foi aperfeiçoada a liquefação dos gases, aperfeiçoou-se o processo
mergulhando o aço em azote líquido a baixa temperatura.
Sob esta forma, a "nitruração" faz parte da nossa tecnologia.
Poder-se-ia verificar outro elo entre magia e técnica estudando
os "encantamentos" que os antigos alquimistas pronunciavam
durante os seus trabalhos. Provavelmente, tratava-se de
medir o tempo na obscuridade do laboratório. Os fotógrafos servem-se
muitas vezes de verdadeiras canções infantis que recitam
enquanto procedem à revelação, e nós ouvimos uma dessas
canções no alto da Jungfrau, enquanto se revelava uma placa
impressionada pelos raios cósmicos.
Finalmente, existe outro elo, mais forte e curioso, entre
magia e técnica: é a simultaneidade na aparição das invenções.
A maior parte dos países registam o dia, e mesmo a hora em
que uma patente é depositada. Ora, foi várias vezes constatado
que inventores que se não conheciam e trabalhavam a
grandes distâncias uns dos outros depositavam patentes idênticas
e no mesmo instante. Este fenómeno não poderia ser explicado
pela vaga ideia de que "as invenções estão no ar" ou que
"a invenção aparece assim que se torna necessária". Se existe ali
percepção extra-sensorial, circulação das inteligências debruçadas
sobre a mesma investigação, então o facto merecia um profundo
estudo estatístico. Talvez esse estudo nos tornasse compreensível
este outro facto: que as técnicas mágicas se reconhecem, idênticas,
na maior parte das antigas civilizações, através de montanhas
e oceanos. . .
Frazer
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