Mito ou Realidade - "Os Nove Desconhecidos"
Posted by Consphirayshion | Posted in Os Nove Desconhecidos | Posted on 11:18
A primeira divulgação da história dos Nove Desconhecidos
deu-se em 1927, com a publicação do livro de Talbot Mundy,
que pertenceu, durante vinte e cinco anos, à polícia inglesa das
Índias. Esse livro está a meio caminho entre o romance e a investigação.
Os Nove Desconhecidos utilizariam uma linguagem sintética.
Cada um deles estaria de posse de um livro constantemente
renovado e contendo o relatório pormenorizado de uma ciência.
O primeiro destes livros seria consagrado às técnicas da
propaganda e da guerra psicológica. "De todas as ciências, diz
Mundy, a mais perigosa seria a do controlo do pensamento dos
povos, pois permitiria governar o mundo inteiro". É de notar
que a Semântica Geral, de Korjybski, apenas data de 1937 e que
foi necessário aguardar a experiência da última guerra mundial
para que principiassem a cristalizar-se no Ocidente as técnicas
da psicologia da linguagem, quer dizer, da propaganda. O primeiro
colégio de semântica americano só foi criado em 1950.
Em França, apenas conhecemos A Violação das Multidões, de
Serge Tchokhotine, cuja influência nos meios intelectuais e políticos
foi importante, apesar de só ao de leve tocar no assunto.
O segundo livro seria consagrado à psicologia. Falaria especialmente
na maneira de matar um homem ao tocar-lhe, provocando
a morte pela inversão do influxo nervoso. Diz-se que o
judo deriva de certos trechos dessa obra.
O terceiro estudaria a microbiologia e especialmente os
colóides de protecção.
O quarto trataria da transmutação dos metais. Diz uma lenda
que nas épocas de fnme, os templos e os organismos religiosos
de protecção recebem de uma fonte secreta enormes quantidades
de ouro muito fino.
O quinto incluía o estudo de todos os meios de comunicação,
terrenos e extraterrenos.
O sexto continha os segredos da gravitação.
O sétimo seria a mais vasta cosmogonia concebida pela
nossa humanidade.
O oitavo trataria da luz.
O nono seria consagrado à sociologia, indicaria as leis da
evolução das sociedades e permitiria a previsão da queda.
À lenda dos Nove Desconhecidos está ligado o mistério das
águas do Ganges. Multidões de peregrinos, portadores das mais
pavorosas e diversas doenças, ali se banham sem prejuízo para
os de boa saúde. As águas sagradas tudo purificam. Pretenderam
atribuir essa estranha propriedade do rio à formação de bacteriófagos.
Mas por que motivo não se formariam eles igualmente
no Bramaputra, no Amazonas ou no Sena? A hipótese de uma
esterilização por meio de radiações aparece na obra de Jacolliot,
cem anos antes de se saber possível um tal fenómeno. Essas
radiações, segundo Jacolliot, seriam originárias de um templo
secreto cavado sob o leito do Ganges.
Afastados das agitações religiosas, sociais e políticas, resoluta
e perfeitamente dissimulados, os Nove Desconhecidos encarnam
a imagem da ciência calma, da ciência com consciência.
Senhora dos destinos da humanidade, mas abstendo-se de utilizar
o seu próprio poder, essa sociedade secreta é a mais bela
homenagem possível à liberdade em plena elevação. Vigilantes
no âmago da sua glória escondida, esses nove homens vêem
fazer-se, desfazer-se e tornar a fazer-se as civilizações, menos
indiferentes que tolerantes, prontos a auxiliar, mas sempre sob
essa imposição de silêncio que é a base da grandeza humana.
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